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Além da Música: O Papel dos VJs + Entrevista com Erms, VJ de Vintage Culture
Descubra o universo dos VJs! Saiba como eles impactam os shows e confira um bate-papo exclusivo com Erms, VJ de Vintage Culture.
Descubra o universo dos VJs! Saiba como eles impactam os shows e confira um bate-papo exclusivo com Erms, VJ de Vintage Culture.
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2 meses agoon
O termo VJ (visual jockey) surgiu na década de 80, nos Estados Unidos, para denominar os apresentadores de videoclipes da MTV do país. Tendo a etimologia em comum com o termo DJ, que é disc-jóquei – aquele que “pilota” os discos –, o VJ é o profissional que cria e manipula imagens in real time, sincronizando-as com a música, com o ambiente e com o público, criando um ambiente imersivo. A partir do VJ, nasce o VJing – o ato de executar o trabalho de VJ.
O VJ que conhecemos hoje começou a tomar forma em meados da década de 90, principalmente nas raves, onde esses profissionais produziam imagens sinestésicas e psicodélicas que interagiam com a música e com a pista de dança. Assim, eles levam sensações além do que o som consegue atingir. Através dessas manifestações artísticas, o público recebe informações sensoriais que se complementam à experiência musical oferecida pelos DJs.
Para entender um pouco mais sobre a profissão, conversei com Erms, VJ do Vintage Culture, que começou na área em 2003, ainda quando cursava Engenharia na UnB. Naquela época, ele levava o próprio desktop com monitor de tubo para as festas e operava loops de vídeo com um aplicativo criado por ele mesmo. “Não tinha referências, não tinha software. Eu levava meu desktop com monitor de tubo pra balada e operava os loops de vídeo com um aplicativo que eu fiz na época. Já dá pra imaginar o quanto perrengue era tudo aquilo. Explodir transformador e carregar monitor de tubo no colo em ônibus interestadual era normal.”
Segundo Erms, a pista de dança é extremamente sensorial, e o show traz emoções que vão além de simplesmente ouvir música em casa ou no trabalho. “O êxtase da pista gritando, o vídeo sincronizado com o som e luz, a construção do set… Tudo se complementa e potencializa a experiência das pessoas.” comenta Erms. Para ele, esse espaço se eleva a outro patamar quando se une a construção do set do DJ com os visuais que reforçam o clima sonoro.
Erms comenta que passa o dia inteiro produzindo, sempre trazendo algo novo para o palco. O set é “90% empírico”, pois ele possui um banco grande de vídeos e constrói o show junto com Lukas (Vintage Culture). “Um ou outro vídeo é fixo de cada música, mas a grande maioria eu tenho mobilidade pra mudar na hora. O set do Lukas é zero engessado, então eu tenho que ter essa mobilidade junto dele.” Ele também explica que gosta de variar ao máximo o visual para não ficar repetitivo, principalmente quando os shows podem chegar a 8 horas de duração.
A comunicação entre ele e o DJ se dá por uma tela que mostra as músicas carregadas em tempo real nas CDJs, o que facilita escolher os loops de vídeo. Ele também revela que problemas técnicos são comuns, mas “a mágica é não deixar que ninguém perceba”.
Sobre a possibilidade de usar Inteligência Artificial, Erms diz que às vezes recorre a AI para tarefas que não domina, mas tem orgulho de manter seu set autoral, sem IA. “É bizarra a velocidade que elas evoluem. Passo um mês sem mexer e quando volto já virou outra coisa. Mas hoje eu tenho orgulho de dizer que meu set é 100% autoral e zero AI.”
O VJ ainda não recebe o destaque merecido, na visão de Erms. Muita gente nem sabe que existe alguém por trás das projeções. Porém, ele continua porque ama o que faz. E avisa que, quando você entrega um “puta show”, o próximo desafio é sempre superar a si mesmo. “O maior desafio de você fazer um PUTA SHOW é só um. Seu próximo tem que ser melhor. Você não pode estagnar, regredir.”
Erms sugere estudar as ferramentas, baixar programas em versões trial e observar grandes shows, sejam eles bons ou ruins. Ele se considera um “engenheiro de imagens” mais do que um artista, pois aplica toda a bagagem da Engenharia na criação de visuais.
A profissão de VJ envolve muito mais que projetar imagens durante um set: é criar uma atmosfera única, complementar e, muitas vezes, transcendental para quem está na pista. Em um cenário onde a música eletrônica se reinventa a cada instante, esses profissionais se dedicam a explorar a imaginação e a tecnologia para oferecer algo além do auditivo.
Fica a reflexão: até onde o trabalho do VJ pode levar a experiência do público? Numa era em que a inovação tecnológica corre solta e a demanda por experiências imersivas só aumenta, talvez ainda vejamos uma revolução ainda maior nessa área — o que tornará a pista de dança um lugar cada vez mais envolvente, onde som e imagem caminham lado a lado para gerar memórias inesquecíveis.
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