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Tim Bergling: O Homem Por Trás de Avicii

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Créditos: LAGOS CID Manuel/Paris Match/Contour by Getty Images

Se alguém te perguntasse: “Qual é a sua história? Quem você é?”, Tim Bergling, mundialmente conhecido como Avicii, responderia com simplicidade: “I’m Tim.”

Essa frase, tão direta quanto poderosa, reflete o tom intimista do documentário “Avicii – I’m Tim”, que narra a vida de um dos maiores ícones da música eletrônica. Mais do que um retrato de sucesso e fama, o filme é uma jornada pelos bastidores de sua carreira meteórica, seus desafios pessoais e as consequências da pressão implacável da indústria musical.

Os Pais e o Início de um Sonho

Tim sempre reconheceu o privilégio de ter crescido em um ambiente cheio de apoio. Seus pais, sempre presentes, ofereceram a base sólida para que ele explorasse sua criatividade. Desde cedo, a música fez parte de sua vida, com momentos marcantes que incluíam ouvir canções no rádio, dançar pela casa e experimentar instrumentos como violão, baixo e guitarra. Embora não tivesse grande afinidade com eles, a paixão pela música permaneceu.

A música sempre fez parte da rotina de Tim. Isso fica evidente em diversos momentos do documentário, que mostram o jovem ouvindo músicas no rádio dos pais, dançando e até mesmo tentando tocar alguns instrumentos, como violão, baixo e guitarra. Porém, ele admite que nunca teve grande afinidade com esses instrumentos.

Foi quando um amigo apresentou o software FL Studio que tudo mudou. Ele descreveu o programa como revolucionário — uma ferramenta que transformou sua relação com a produção musical e abriu as portas para um mundo novo.

Créditos: Taylor Hill/Getty Images (Ash Pournouri e Avicii)

O Começo de uma Carreira Inesperada

Ainda na faculdade, Tim e um amigo começaram a faltar às aulas para dedicar tempo à criação de música. Inicialmente, ele fazia isso por diversão, sem grandes aspirações além de compartilhar suas faixas em blogs de música eletrônica. Foi assim que Ash Pournouri, que mais tarde se tornaria seu empresário, descobriu seu talento.

A transição foi rápida. Aos 18 anos, Tim já fazia pequenas apresentações locais e, em menos de um ano, começou a realizar turnês. Tudo isso ainda sob a persona de Avicii, um nome que ele adotou quase como um experimento, sem imaginar o impacto que teria no mundo.

The Manager – Ash

Desde o primeiro contato com Tim, Ash mostrou grande disposição e estratégia para fazer a carreira do DJ acontecer. Em apenas um ano, o jovem saiu de pequenas apresentações locais para turnês por diversos países da Europa. Durante a primeira participação de Avicii no Ultra Music Festival, em Miami, Ash alugou quatro ônibus e estampou o rosto do DJ ao lado de “Bromance”, seu hit da época.

É inegável a inteligência de Ash em projetar Avicii para a mídia. Além disso, como o próprio Tim afirmou, Ash o ensinou a ser DJ — não tecnicamente, mas no sentido de entender a pista e interpretar as emoções transmitidas pelo público.

Créditos: Tim Mosenfelder/Getty Images (Ultra Music Festival Miami - 2013)

A Consagração: “Levels” e o Auge

O lançamento de “Levels” em 2011 marcou o momento em que Avicii transcendeu a cena eletrônica e se tornou um nome global. A música consolidou sua posição entre os maiores artistas do gênero e trouxe o reconhecimento de gigantes da indústria.

Tim sempre afirmou que sua ascensão não ignorou as etapas tradicionais de uma carreira, mas que tudo aconteceu em uma velocidade vertiginosa. Com “Levels”, ele alcançou o estrelato, mas também enfrentou os desafios que acompanham o sucesso em escala mundial.

Os bastidores de uma vida sob pressão

No documentário, um amigo de infância de Tim comenta que ele sempre foi contra o uso de drogas e, inclusive, repreendia o amigo por utilizá-las. Apesar do brilho das luzes e da aclamação global, a rotina de turnês, festas e produção incessante cobrou seu preço. Tim, que inicialmente era contra o uso de drogas, começou a consumir álcool como uma forma de lidar com o cansaço e o estresse das apresentações constantes. Isso culminou em problemas de saúde, incluindo pancreatite, e o levou a um primeiro afastamento dos palcos.

Esse problema de saúde foi a razão de seu primeiro afastamento dos palcos.

No retorno, a pressão aumentou ainda mais. Para suportar a agenda extenuante, ele recorreu a opioides, o que agravou sua luta interna e contribuiu para seu afastamento definitivo. Essa fase sombria do documentário é um alerta sobre os perigos do excesso e da falta de cuidado com a saúde mental. Essa fase marcou o início de um grande problema, culminando no afastamento definitivo de Avicii dos palcos.

Créditos: Richard Ecclestone/Redferns

Reflexões Finais: Lições de Tim

Para concluir, gostaria de destacar alguns pontos importantes e conversar diretamente com os artistas que estão lendo este conteúdo:

O apoio da família e dos amigos foi fundamental para que Tim enfrentasse as fases difíceis de forma mais amena. Nesses momentos, contar com uma rede de apoio próxima é essencial. Além disso, a equipe de um artista deve ir além dos contratos e compromissos profissionais. É crucial que o staff esteja comprometido não apenas com a carreira, mas também com o bem-estar do artista.

Outro ponto relevante é a importância da confiança no próprio trabalho e a construção de parcerias estratégicas. Ash, por exemplo, demonstrou total confiança quando pediu um investimento de 500 mil dólares para lançar Levels. Ele sabia, junto com Tim, o valor e o esforço que essa música representava.

Paralelamente, muitos dos grandes sucessos de Avicii nasceram de colaborações com outros nomes importantes da indústria musical. Essas parcerias foram fundamentais para alavancar sua carreira e ampliar seu alcance criativo.

Na cena eletrônica, há um equilíbrio delicado entre produzir o que você ama e atender às demandas do mercado. Avicii, em muitos momentos, cedeu à pressão de criar hits consecutivos, mas nem sempre isso o deixava feliz. Por isso, é crucial que você, DJ e produtor, encontre satisfação no que cria, sem deixar que o mercado ou as redes sociais ditem seu processo criativo.

Por fim, o ponto mais importante: o cuidado com a saúde mental. Estamos vendo, cada vez mais, grandes músicos e produtores se afastarem dos palcos devido a questões relacionadas à saúde mental.

A dica mais valiosa que posso deixar é: cuide-se. Não importa se você está começando ou já tem uma carreira consolidada, sua saúde mental deve vir sempre em primeiro lugar. Não tenha medo de fazer pausas quando necessário e procure ajuda profissional, como terapia, sempre que possível.

“Avicii – I’m Tim” é um lembrete poderoso de que por trás de todo ícone existiu uma pessoa. Tim Bergling foi um gênio criativo, mas, acima de tudo, era humano. Sua história, cheia de altos e baixos, deixa uma mensagem clara: sucesso algum vale a perda de si mesmo.

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