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DJs mulheres transformando a cena eletrônica na América Latina (2025)
Em 2025, as mulheres DJs estão revolucionando a música eletrônica na América Latina com talento, diversidade e impacto cultural. Descubra quem são elas.
Em 2025, as mulheres DJs estão revolucionando a música eletrônica na América Latina com talento, diversidade e impacto cultural. Descubra quem são elas.
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Por
Bruno ArtoisMulheres DJs estão redesenhando os contornos da música eletrônica latino-americana. Em 2025, vemos uma revolução silenciosa e poderosa ganhando corpo nas pistas, nos festivais, nas coletivas e nos estúdios. E mais do que nunca, essa cena é plural, corajosa e inovadora — conduzida por artistas que rompem padrões e expandem fronteiras culturais.
Em países como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile e Cuba, o protagonismo feminino se afirma tanto no mainstream quanto no underground. Neste artigo, você vai conhecer nomes que vão de veteranas consagradas a novos talentos promissores, todas deixando sua marca com atitude, consistência e som de primeira.
Porque representam uma ruptura e uma cura. A presença feminina na música eletrônica é uma resposta direta a décadas de invisibilização e machismo estrutural. Mas elas não apenas ocupam espaço — elas criam, curam, elevam e inspiram. A ascensão dessas artistas não é moda. É movimento.
No Brasil, o techno, o house e a música experimental encontram corpos e vozes femininas que redefinem o som das cidades.
ANNA, por exemplo, é uma das maiores exportações do techno brasileiro. Natural de São Paulo, sua trajetória saiu do clube do pai no interior paulista para os maiores palcos do mundo, como Tomorrowland, Coachella e Time Warp. Com lançamentos nas gravadoras Drumcode, Afterlife e até remix para o Depeche Mode, ela é inspiração viva para a nova geração. Sua consistência a colocou no radar da mídia internacional, como a BBC Radio 1 e a DJ Mag.
Eli Iwasa, por outro lado, transforma a cena eletrônica de dentro para fora. Além de DJ e produtora, é fundadora dos clubes Club 88 e Caos, e criadora da festa “Closer”, que promove igualdade de gênero nas pistas. Com sets que transitam entre techno e house refinado, Eli também é referência estética, sendo destaque até na Elle Brasil em 2025.
Cashu, cofundadora da Mamba Negra, é sinônimo de resistência e experimentação. A festa-selo que nasceu nas ruas de São Paulo se tornou um dos principais redutos queer e feministas da América Latina. Cashu já tocou no Boiler Room, Dekmantel e Panorama Bar.
Valentina Luz – Mulher trans, negra e símbolo da resistência cultural, Valentina despontou na cena underground de São Paulo após sair do interior do Paraná. Com sets que cruzam house, techno e funk carioca, ela conquistou projeção internacional ao se apresentar no palco Boiler Room do DGTL Amsterdam. Eleita Melhor DJ no prêmio WME 2022, também já brilhou em festivais como Tomorrowland Brasil e Dekmantel SP. Além da música, é modelo e ativista, destacando-se na Vogue e em coletivos como a Coletividade Namíbia.
Paulete Lindacelva – Natural do Recife, Paulete mistura techno com influências nordestinas como o tecnobrega, house e afrobeat. Cofundadora do coletivo Infecciosxs e da festa Kika, tornou-se um dos nomes mais importantes da Mamba Negra. Em 2025, foi a primeira DJ trans a tocar no Time Warp Brasil e realizou turnê europeia por seis países. Seu EP “Guabiraba, Chicago” rendeu indicação ao Prêmio Multishow e ampliou sua presença como artista e ativista trans nordestina.
O México vive uma explosão de mulheres DJs que transformam a cena com inovação e presença global.
Jessica Audiffred é um nome incontornável no dubstep latino. Fundadora da A Records e idealizadora do Mad House Festival, ela se tornou headliner de eventos como EDC México e Hollywood Palladium. Sua colaboração com DJ Diesel (Shaquille O’Neal) e Excision mostra que o bass latino tem voz, peso e profundidade. Sua trajetória completa foi destacada na Mixmag Brasil.
Mariana BO une violino, techno e EDM em sets de altíssima energia. Após turnês pela Europa, Ásia e América, ela figura entre os nomes mais votados na DJ Mag e já tocou no Tomorrowland e Parookaville. Sua performance é audiovisual, com uso de finger drumming e violino ao vivo, conectando tradição e inovação.
Femalien, por sua vez, representa a vanguarda do techno hipnótico mexicano. Cofundadora do selo XAME e convidada do Boiler Room México, ela é considerada uma das promessas mais fortes da cena underground latino-americana segundo a Mixmag Latam.
Catnapp, projeto de Amparo Battaglia, rompe barreiras entre gêneros. Seus sons fundem drum’n’bass, rap e breakbeat. Com base em Berlim, ela já participou de trilhas sonoras da Netflix e colaborações com Maya Jane Coles. Seu selo Napp Records e sua estética ousada consolidam sua posição como símbolo da experimentação eletrônica latina.
Shei, a “Rainha do Hardstyle” latino, é destaque no cenário europeu e mexicano. Tocou em festivais como Tomorrowland e EDC Las Vegas e lança faixas por selos como Dirty Workz. Sua presença escancarada em um gênero dominado por homens representa um novo tempo.
Adriana Lopez é um nome reverenciado no techno mundial. Radicada em Barcelona, ela já se apresentou no Berghain e Fabric London e dirige seu próprio selo, Grey Report. Seu som é puro, denso e hipnótico — um exemplo de consistência e longevidade.
Julianna, de Medellín, vai além da cabine. Cofundadora do coletivo feminista NÓTT, ela impulsiona a cena local com festas, selos e educação musical. A The Vinyl Factory destacou seu trabalho como vital para a cultura techno andina.
Do Chile, surgem nomes como Fernanda Arrau e Valesuchi. Fernanda, baseada em Madri, lançou discos e programas de rádio que conectam América Latina e Europa. Já Valesuchi, hoje no Rio de Janeiro, é considerada uma visionária do synth futurista — misturando texturas eletrônicas com crítica social e engajamento feminino.
De Cuba vem o duo PAUZA, que mescla house com rumba, son e ritmos afro-cubanos. Lançaram faixas por selos como Defected Records e sua versão de “Chan Chan” eletrônica emocionou fãs do mundo todo. Em um país com tantos desafios estruturais, elas são símbolo de arte e resistência.
Na Bolívia, Nina Schatz se destaca pelo house sombrio; no Equador, Daniela Albán traz o Chicago house com toques autorais; na República Dominicana, Alina Labour funde IDM com dream-pop; e na Costa Rica, Carla Alfaro (Blau Grisenc) transforma eletrônica em arte sonora contemporânea. Cada uma expande os limites da música com inovação e autenticidade.
As mulheres DJs latino-americanas estão redefinindo o que é possível: assumem o comando das pickups, fundam selos e coletivos, conduzem mudanças sociais e criam redes de apoio entre artistas. Elas desafiam os estereótipos, ampliam os gêneros musicais e tornam a cena mais inclusiva — e mais potente.
Além das mencionadas, o site do Clarín destacou outras mulheres argentinas influentes que ajudam a manter a música eletrônica viva e pulsante na região. Você também pode acompanhar mais perfis transformadores em portais como Coral e nas redes de artistas como ANNA, Eli Iwasa e Mariana BO.
Se 2025 trouxe alguma certeza, é esta: a revolução das mulheres DJs na América Latina não é tendência — é realidade. Cada país, com sua riqueza cultural e sua cena local, abriga talentos que estão conquistando pistas pelo mundo, inspirando outras mulheres e expandindo o que entendemos por música eletrônica latina.
E você, está pronta para dançar com elas e fazer parte dessa história? O convite está feito — para escutar, apoiar, divulgar e viver essa nova era sonora com os ouvidos e o coração abertos.
–Conteúdo Autoral
Encontrei minha paixão pela música eletrônica na infância e sonho em viajar pelo mundo fazendo o que amo e conhecendo novas culturas.
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